Pertenço ao sonho à fantasia
Aos pilares que me consomem
…Na poesia…
Pertenço… à vida escrita…
À palavra dita pelo som
Dos meus dedos…
Onde prenha de segredos...
Abortam… todos os meus medos,
Pertenço a ninguém…
Onde, ninguém pertencer…
Nesta forma, inócua… indolor…sensata...
De transpor a palavra grata,
Numa fonte a beber…
Entre ruas inundadas de flores
Os meus olhos alcançam as dores…
De quem não as quer ter…
Explodem-me rios de páginas em branco…
Onde as frases são o flanco do acontecer…
Sóis… brilham-me na noite escura…
Onde a própria verdade é doçura
…Pronta a lamber…
Por entre sonhos e fantasias …
Gritam-me…estrelas de dia…
Dançam-me… marés vestidas de gente…
Que se consomem somente
Pelo espumar do prazer!