quarta-feira, 31 de maio de 2017

Ausências

Ausências
Sei que moras nas ausências
Até de ti mesmo
E vives ascético, sorrindo
Pensas que silenciando a vida
A morte se esquece de nós.
Nunca ninguém te disse que o sexo
É apenas sexo se não existir amor
E que os corpos sem amor
Apodrecem no silêncio e na dor
Dás-te como quem reparte o que tem em excesso
Rebelde é o coração que não sabe receber
As tuas mãos estão vazias.
E rodeadas apenas de paredes alvas
Onde o tempo deixou marcas como carvão
Ardes sem chama, e a tua alma
Clama sem voz
Quem te poderá ouvir
Se o vento fez morada no teu deserto
Que disparidade existe no ser cru
Esmorecido e mortificado.
O sol que te alimenta o corpo
Queima a vida que te traz com fome
Fome de verdade, de razão
Fome de amor e paixão
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