Sentada no meio da saudade, olho à minha volta, não me
encontro.
Entre tantas recordações, não sei mais que chão me agasalha…Procuro-me…Procuro-te
já sem fôlego…Apetece-me rasgar a folha que se colou a mim, como que pedindo,
ser desenrugada e lida…Num repente apanho-a no meio daquele entulho…Agarro-a
com sofreguidão…ela, contêm uma Oração…Um poema …Um grito… Uma lágrima
cristalizada, que no passado, se escapou dos meus olhos, e se fechou dentro
dela mesma envergonhada.
É pouco quero mais…Continuo na minha busca…Distraindo-me por
segundos, ou talvez horas… Não sei…De novo mergulho, numa recordação que me
escapou ao sofrimento do passado…Mais uma vez ajuntada a tantas… As lágrimas de
novo afloram…Agora, já sem o fantasma que temia…A dor da saudade, ela, já me habituou à sua presença…Em todos os lugares por onde caminho.
Procuro-te…Procuro-me…E, tudo o que diviso, são, amontoados
de sonhos esbatidos e esgotados. Onde a cor e o brilho d´outrora, deram lugar,
ao, cinza desmaiado, ao carmim rosado, ao azul de mar, num tom apenas a
inventar, o branco puro, deu lugar ao amarelo seco, como folhas caídas num Outono
já prestes a caminhar, dando lugar ao Inverno que espreita dentro mim, neste
amontoado de razões por abrir, de sentimentos semeados, que não foram
abençoados, por um raio de sol que os fizessem florir.
Oiço qualquer coisa, não sei bem o quê? Procuro no silêncio,
encontrar silêncio maior, que me faça descer, do pico onde me encontrava a
sonhar. Com um tremendo esforço consigo…E eis, que me debruço sobre mim, com as
mãos, tremulas, de emoção…Procuro…Procuro…E, encontro o vazio, do que procuro.
O nada!
Sinto-me inútil, nesta busca, onde não soube encadernar as
imagens do passado, no meu chão, de emoções… Agora, andam soltas, à deriva no
mar do meu chão, projectado em recordações, distantes, ausentes, em paralelo
com o meu olhar, já de mim esgotado.
Desisto desta procura!
Como te encontrar no amontoado da minha ilusão!?
Sem forças para esta procura, repouso na exaustão.
Ao sacudir o breve repouso, em que me consagrei. Encontrei-te
afinal…Habitas em mim! E, em mim, não há procura …Há sentimentos, devidamente
ordenados na alma e na razão!
Encontrei-te por fim, encontrei-te dentro de mim!
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