Punhado de areia
Sou poeta, varredor,
Carteiro ou doutor
Sou quem escreve
O que sente, ouve ou vê
Aquela que faz crer,
A qualquer leitor,
Que os poetas são,
Gente que sofre de amor
Sou poeta sem nome,
Sem identificação…
Qual… poeta melada
Por nobre perdição
Sou aquela que diz sorrindo,
E que cala chorando
Sou linha de montagem,
Fábrica de palavras
Prenhas de ilusão…
Maternidades de enteados,
Filhos de qualquer ocasião…!
Sou carteiro carregando
Emoções com sentido
Varredor de folhas caídas
Por um verão já esquecido
Sou Doutor operando
Sem bisturi ou anestesia
Sentimentos de tristeza
Ou de pura fantasia,
Sou palhaço sem circo,
Nem aplausos de pureza
No riso das crianças,
Na minha nobre natureza
Sou poeta, porque brinco
Com as palavras…
Como quem agarra
Punhados de areia…
E com as mãos cheias de nada,
Faço poesia com a alma cheia!
sábado, 14 de maio de 2011
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