Sonhos
Choro contigo
o suave perfume das rosas
e levo para longe
os espinhos que não vês
e vou gastando no tempo
todo o tempo de uma vez..
os espinhos que não vês
e vou gastando no tempo
todo o tempo de uma vez..
E assim voam livres,
todos os livros que folheei
Todas os poemas que bebi
todas as sombras que ocultei
Porque a alma do poeta é vadia
e nela vagueia sem destino
todos os sonhos
no desconforto do seu próprio desatino
como o choro inocente de um menino.
Choro contigo todas as marés
em choros escondido
através dos olhares das gentes
que não sabem chorar o mar
quando o têm consigo e não o sabem amar.
E no tempo incerto na medida não exacta
gasto o silêncio com que ofendo
Todas as horas amorfas e rasas.
E lá longe, lá muito longe
onde os sonhos se dissipam como alvos
oiço do amor outra voz
Numa voz feiticeira em sobressalto
Que tenta apagar do céu a memoria de nós.
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