Não pises este chão
Meu amor…
Porque ele já foi o teu corpo
Não lamentes o tempo em que a raiz
Era dona da mais exausta razão
Não pises este chão
Meu amor…
Debaixo dos teus pés
Ainda existe barro que dá flor
Sinto o grito em silêncio
Na matriz de outro viver
Num vasto oceano intenso
Onde os teus lábios vão morrer
Guarda nas tuas mãos abertas
A paixão por experimentar
Dá-lhe liberdade certa
Meu amor…
Deixa-a ser chão de outro lugar