Sentada, na minha cadeira já gasta…
Conto as horas…os minutos …os segundos…
Conto as horas…os minutos …os segundos…
O relógio parou,
Gastei-o de tanto o olhar…
Gastei-o de tanto o olhar…
Na sala, só batem agora,
As horas do meu respirar.
As horas do meu respirar.
Oiço o ranger do soalho, também já gasto…
Pelas horas em que caminhei nele,
Como ovelha em repasto,
Como ovelha em repasto,
As manetas das portas estão sem tinta,
De tanto serem abertas em vão…
De tanto serem abertas em vão…
Nas noites mortas,
Em que esperava o calor das tuas mãos…
Em que esperava o calor das tuas mãos…
Tu, não abriste mais a minha porta…
Aquela que ficou aberta…Que importa! …
Só tu por ela entravas…
Só tu por ela entravas…
Hoje…já longe da esperança que me alimentava…
Resta-me o guloso tédio…o pavor…
Que devoro como chocolate…
ansiosamente sôfrega de dor.
ansiosamente sôfrega de dor.
E quando a noite me visita…
Falamos baixinho…
Falamos baixinho…
Em sussurro, de mansinho…
Não vá a noite se assustar…
Não vá a noite se assustar…
E de mim, também ela se ausentar…
Já esgotada do monólogo …retiro-me!…
Já esgotada do monólogo …retiro-me!…
Olhando as paredes da minha sela …
E o Cristo que existe nela…
E o Cristo que existe nela…
Com seus braços abertos…
Abraço-o, triste!
No imaginário da história que me resta…
adormeço… de exaustão…
adormeço… de exaustão…
Envolta em lençóis de linho, bordados a carvão.
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