Curvo-me sobre o fogo do meu corpo
fogo que não me consome
nem tampouco de mim se afasta
sem ele sinto-me pouca e gasta.
E hoje faço tudo em gestos lentos
e de mãos cruzadas.
Já não tenho pressa de nada
E nesta calma em que mergulho
passeio nas ruas paradas
e sinto o perfume das flores moribundas nas jarras
de casas com janelas trancadas
onde se vive sem fogo no corpo
e onde a vida se demora em cinzas cimentadas
e este meu fogo, teimoso, continua em mim
vivo, liquido e em brasa.
Memórias em riste
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