sábado, 14 de maio de 2011

Onde Habito

Deixem-me estar onde habito…
No meu canto de recordação,
Quero sentir-me, surdo, mudo,
Nesta minha habitada solidão…
Quero sentir-me fantasma…
Perder-me de gente viva…
Achar-me na minha alma,
Encontrar-me na minha ferida
Sará-la com beijos…
Lambê-la com lágrimas…
Escuta-la em silêncio…
Encontra-la perdida…
De mim, de tudo, do meu grito mudo,
Sufocar-me por dentro do que penso,
Deixem-me, ser só, agora…
Por momentos, ou uma longa vida
Ainda que eu me esqueça de cantar…
Lembrarei somente…
O que quero lembrar!
Semeei o pão que me alimenta, numa vida,
Mesmo sem conduto...
Mas que me conforta, e sustenta o luto,
No gesto, que devoro e me escoa por defeito,
Vou, carregar por uma vida…
O cesto apodrecido…
Que teci neste Inverno,
A meu pedido…a meu jeito!

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